O Mar de Antônio Peregrino narra a fascinante história do peregrino Antônio Conselheiro e do arraial de Canudos. Numa região temida pelas suas longas secas, milhares de camponeses e índios desterrados se uniram para construir uma utopia sertaneja. A cidade foi varrida do mapa três vezes, mas se recusa a morrer.
O filme é uma viagem em busca das pessoas e dos sonhos de Canudos. Guiado pela famosa frase de Antônio Conselheiro “O sertão vai virar mar, e o mar vira sertão”, o filme atravessa a seca e o dilúvio para se encontrar com um povo caloroso e forte que nunca se rendeu, embalado pela música da esperança e da saudade.
Este documentário é o resultado de sete anos de trabalho e convivência dos cineastas Mendel Hardeman e Susanne Dick. O filme teve sua estréia no próprio sertão de Canudos. Em pequenos povoados sem eletricidade ou água encanada, os moradores se reuniam ao cair da tarde frente a uma parede branca, para a primeira sessão de cinema de suas vidas. Foram noites muito especiais, que inspiraram a idéia de compartilhar esta experiência com o resto do Brasil.
O Cinema Itinerante de Canudos nasceu do desejo de devolver o filme ao povo retratado. Em vez de se deixarem forçar ao êxodo rural, abandonando suas raízes em busca de emprego nas grandes cidades, os jovens do Cinema Itinerante estão transformando suas raízes e sua cultura numa riqueza a ser compartilhada Brasil afora, onde quer que sejam convidados.